
Comunidade Baka em Lomié, Camarões.
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O país tem uma população
majoritariamente jovem, negra, alfabetizada e católica. São famosos por sua alegria,
jovialidade e otimismo. Sua seleção de futebol é sempre sensação
nas competições internacionais, apesar de ter suas maiores estrelas defendendo
clubes europeus. Para competir nas Olimpíadas Rio 2016, a delegação olímpica deste
país contou com a presença de 24 atletas.
Apresenta significativa
exportação de produtos primários, produtos da agricultura, pecuária e
mineração, inclusive petróleo. A exploração econômica desses produtos se dá
principalmente por meio de empresas multinacionais europeias e estadunidenses. Ocupa
o 13º lugar no ranking do PIB-produto interno bruto entre os países do
continente e o 96º lugar no mesmo ranking em relação ao resto do mundo,
figurando na frente de países como Mônaco, Liechtenstein, Letônia, Estônia,
Bermudas, entre outros. No entanto, apesar das riquezas naturais exploradas, a
população apresenta desenvolvimento humano baixo, ocupando a posição
153º no IDH, entre os 188 países do ranking da ONU.
É uma República parlamentarista
formalmente democrática, com eleições presidenciais regulares. O país tem
severas leis, inclusive com pena de morte para diversos crimes e prisão
perpétua para a prática homossexual, considerada crime grave.
A esta altura já deu pra perceber
que estamos falando de Camarões; um país e um povo muito semelhante ao nosso.
Neste país africano o presidente Paul
Byia, do partido da União Democrática do Povo Camaronês governa
ininterruptamente há 34 anos, sendo reeleito sucessivamente durante sete mandatos.
Byia ascendeu ao poder após uma implicada renúncia do primeiro presidente dos
Camarões, Ahmadou Ahidjo em 1982, do qual era primeiro-ministro ou seja, seu homem
de confiança.
Ahidjo liderou a conquista da independência
do povo camaronês após um século de dominação colonial inglesa e francesa e,
antes, alemã. Desde sua posse, o presidente Byia desenvolve uma intensa
política de propaganda no sentido de eliminar do imaginário político da
população camaronesa os símbolos do popular ex-presidente Ahidjo, retirando até
mesmo a referência ao antigo líder do Hino de Camarões. Perseguido pelo antigo
amigo e aliado político e julgado à revelia a pena de morte, Ahidjo exilou-se
na França. Tentou retomar o poder desde então, sem sucesso, e morreu pouco
tempo depois, em 1989, no Senegal.
O presidente Byia reprimiu
diversas manifestações civis desde sua ascensão ao poder e hoje, há mais de
três décadas no comando do país, legitimado politicamente por contínuas
eleições formalmente democráticas, governa de forma estável num país extremamente
desigual, no entanto, pacificado. Apesar de contemplar todos os
processos democrático-formais nos pleitos, Byia é acusado por observadores
internacionais de fraudes em várias eleições, além de desrespeito aos direitos
humanos. Seu estilo austero e autoritário de governo deve manter Camarões no
caminho de seu atual destino, ou seja, sem maiores transformações econômicas ou
sociais que reorientem a economia para uma situação de independência do capital
internacional e que promovam uma maior igualdade de oportunidades ao povo
camaronês, como acesso aos direitos sociais fundamentais - saúde, educação e
transporte de qualidade.
Enquanto isso, o iluminado povo
camaronês segue trabalhando, produzindo riquezas, lutando pelo pão de cada dia,
com muita dificuldade, mas sempre otimista, alegre, confiante; em suma,
pacificado – ou melhor, resignado. Um povo que segue sonhando com um futuro
melhor para os seus filhos, com o ouro olímpico talvez e, quem sabe um dia, com
a tão desejada copa do mundo.